As leis anti-imigrantes nos Estados Unidos, que permitem a prisão de imigrantes ilegais, estariam gerando lucro para algumas empresas. A conclusão é de uma pesquisa sobre a Lei Arizona (SB1070), que encontrou conexões entre empresas que administram prisões nos Estados Unidos e iniciativas para criminalizar imigrantes ilegais.
Entre os impulsionadores dessas legislações estaria a Corrections Corporation of America (CCA), empresa privada que administra 65 prisões e centros de detenção de imigrantes e que obteve lucro aproximado de US$ 74 milhões em 2010.
A pesquisa foi realizada pelo Center for American Progress – organização não-governamental de análise política, de Washington -, e expõe as supostas conexões da CCA com pessoas próximas à governadora do Arizona, Jan Brewer, e o senador Russell Pearce, e que levam a questionar o interesse real de ambos em criminalizar a imigração.
Um relatório da Secretaria de Relações Exteriores revela que desde que a SB1070 foi aprovada, em menos de dois meses, parlamentares republicanos apresentaram iniciativas que são cópias da Lei Arizona e que permitiriam que qualquer suspeito de estar sem documentos seja detido e encarcerado.
O Center for American Progress descrobriu que a governadora do Arizona tinha em sua equipe de colaboradores de campanha e em sua administração pessoas ligadas à CCA. A empresa Pershing Square Capital, que tem participação financeira na CCA, reconheceu que a rentabilidade da corporação "depende de um número crescente de imigrantes nas prisões”.
A pesquisa descobriu também que legisladores em outros estados também têm sido financiados pela CCA para estimular leis similares nos estados do Tennessee, Oklahoma, Colorado, Flórida ou Pennsylvania.
Para Andrea Nill, especialista em imigração e colaboradora da pesquisa, o objetivo da CCA é evidente. "É uma corporação de prisões privadas a quem interessa esse sistema que lhe permita ter mais prisioneiros, mais imigrantes sem documentos em suas prisões, o que leis como a SB1070 permitiriam”. A CCA revelou que somente em 2009 recebeu mais do que US$ 1,6 bilhão pela administração das prisões e centros de detenção de imigrantes.
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