segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O processo consumado no último julgamento

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Louis Claude de Saint Martin


Desta forma, Deus será novamente obrigado a recomeçar o Homem através do último julgamento, ou o fim dos tempos; mas como nesta ocasião, todo o círculo terá sido rodado, a obra será consumada sem volta; ou seja, sem o temor de qualquer nova delinqüência por parte do Homem, e conseqüentemente sem que Deus seja mais obrigado a recomeçar o Homem.
Ao contrário, o Homem irá, então, ter recuperado o sublime privilégio de recomeçar Deus, como deveria ter feito desde o princípio.
Contudo, há uma diferença: no princípio o Homem estava somente sob os olhos do pacto (aliança) e ele podia se comportar como quisesse: no final, ele estará na aliança; desta forma, ele não será mais capaz de escolher, pois ele será eternamente um impulso propulsor na corrente divina.
A porta da Luz e do Amor no Homem.
Em nossa passagem terrestre, e nos vários caminhos espirituais que o Homem pode escolher durante esta passagem, há uma porta particular para cada um de nós, através da qual a Verdade procura entrar; é somente através dela que a Verdade pode chegar até nós. Esta porta é distinta e independente da via principal de nossa origem, pela qual a vida de nossa Raiz desce até nós e nos torna Espírito; pois esta porta principal é comum a todos, e ao Capeta também.
A porta particular, ou a via aludida, tem o objetivo de nos renovar na fonte da vida, e na Luz Eterna do Amor; ela não é oferecida ao Capeta.
Isto possibilita, verdadeiramente, recuperar as fontes da Luz e do Amor; sem elas, passamos nossos dias em vão, muito embora façam parte do verdadeiro conhecimento; até que a fonte da vida encontre esta porta aberta em nós, ela espera do lado de fora.
É só através desta porta que o Homem pode obter sua subsistência; se falharmos em abri-la, permaneceremos completamente destituídos; se a abrirmos, ela nos trará abundante nutrição; se fôssemos sábios não iniciaríamos obra alguma sem havermos pago nosso débito, ou seja, até que tivéssemos aberto esta porta e completado a tarefa que ela induz.
Mas como esta porta também é uma determinação de Deus, para nos introduzir ao ministério espiritual quando já fazemos parte daqueles chamados para a obra, agitações e tempestades podem nos atormentar, a fim de retardar a obra, mas a Fonte da Vida ainda assim irá encontrar esta porta naqueles preparados para serem empregados, e a glória de Deus triunfará neles para sua grande satisfação.
Todos devem abrir a porta em si mesmo.
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Embora Deus a bra esta porta naqueles que emprega, aqueles que não são empregados não devem repousar diante de qualquer suposta impossibilidade sob a justificativa de que nenhuma porta se abrirá neles, pois em todos os homens, há uma porta para o desejo e para a justiça; somos todos obrigados a abrir esta porta nós mesmos, o que podemos fazer se perseverarmos.
A porta da eleição.
 
Assim como aquela única a levar o Homem à obra de Deus, esta porta também só pode ser aberta por Deus; mas isto não é prova de nosso avanço, se a primeira permanece fechada pela indolência e pela preguiça. Podemos expulsar os demônios em Seu nome mesmo que Ele não nos conheça.
Há um conflito entre aquilo que deve passar por dentro e por fora de nossa verdadeira porta, tornando muito difícil que qualquer coisa seja adquirida por meios externos. É como uma planta enxertada, onde os sumos estão em conflito com a seiva da árvore onde é transplantada; este conflito dura até que a seiva da árvore tome seu curso natural e arraste os novos sumos consigo. Mas algumas vezes a seiva da planta selvagem é vencedora.
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A se iva da Árvore da vida.
Qual é a verdadeira seiva que deve levar consigo, em seu curso, todas as coisas?
Você que aspira ser admitido no grau dos trabalhadores do Senhor, sabe qual é.
Você sabe que ela deve animar suas próprias essências e que ela flui da eterna Geração Divina.
Você sabe que ela não pode circular em si sem retraçar a própria Geração Divina eterna.
Você sabe que até mesmo a menor parte de seu ser deve ser vivificada por esta seiva.
Você sabe que o poder desta seiva vivifica e rege todas as regiões espirituais, assim como as estrelas, animais, plantas e todos os elementos visíveis ou invisíveis.
Você sabe que o que ela faz por todas as coisas, ela tem o direito de fazer pelo homem, se ele não se opusesse.
Portanto se apresente ao Princípio eterno desta seiva fecundante e diga: "Oh, Autor Supremo de todas as coisas, não permita que tua imagem seja degradada e caia na futilidade. Toda a Natureza experimenta contínua e diretamente os efeitos de tua seiva, e não é, nem por um instante, privada de sua ação vivificante; o Homem não está sujeito à tua imagem por ser menos favorecido que a Natureza e outras criaturas feitas por ti; faça-o tomar parte do mesmo benefício; permita-o ser reconciliado com tua Unidade universal e, a partir de então, como tu, ele jamais se movimentará sem que o universo visível e invisível se movimente com ele; ele não irá se mexer sem estar rodeado de agentes que o tornarão um participante de tua Glória e poder".
Isto, Oh Homem de Desejo, é o objetivo ao qual todos os seus esforços devem tender. Você tem em si a porta pela qual esta seiva deve entrar. Se você compreender isto, como uma ajuda espiritual humana, ou que por força das circunstâncias, todas as outras portas estão fechadas a ti, alegre-se por isto, pois é prova que o Pai Supremo pode, assim, lhe forçar a olhar por esta porta sagrada, onde Ele espera por você, e pela qual Ele lhe dará acesso às maravilhas que lhe são preparadas.
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Agora, estas maravilhas envolvem o círculo universal de tudo, que já foi o alicerce de teu império; e uma prova de que todos os poderes, visíveis e invisíveis, estavam presentes na ocasião de seu nascimento primitivo, é que eles estão sensivelmente presentes em sua regeneração, e cada um faz a sua parte nesta regeneração. Assim, se Deus deseja que todos os segredos sejam descortinados ao Homem, o que há de permanecer oculto a nós? Tão logo olharmos Deus dentro de nós, veremos nele todas as regiões.
Toda infeção interna deve ser exaurida.

Deus, sem dúvida, conhece nosso estado interior; Ele conhece todas as substâncias corrosivas que acumulamos diariamente, ainda assim, Ele permite que continuemos e ainda nos leva a determinadas situações para que compreendamos este nosso estado interior de forma consciente, e nos faz trazer à superfície todas estas substâncias injuriosas, mostrando-as externamente.
Permitindo, desta forma, que estas falsas influências terminem seu ciclo completo, a glória divina brilha, sem dúvida, com todo esplendor; pois este círculo de falsas influências pode seguir como quiser, ele termina em nada; e o eleito que suportou a prova até o máximo, é inflexível a ele e muito mais na sua guarda contra o inimigo.
É muito mais para nossa purificação, do que para Sua própria glória que Deus nos permite passar por estes estágios dolorosos e humilhantes; ou seja, esta hipocrisia que reina aqui embaixo um dia deve acabar.
FONTE: cabala

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